O ano de 2021 foi recheado de surpresas, sustos e evoluções no quesito da tecnologia jurídica. Apesar dos duros efeitos da pandemia ainda assolarem os advogados, houve eventos que tornaram a resiliência ainda mais necessária, por desafiar a segurança, trato e principalmente usabilidade da tecnologia em tempos que dispensar o seu uso é praticamente impossível. Veja agora, nesta retrospectiva tecnológica na advocacia, o que aconteceu em 2021 e as expectativas para 2022.
Confira os destaques:
- Aprovação de curso de direito 100% on-line;
- Facebook muda seu nome para Meta e cria o MetaVerso, uma realidade paralela onde já temos investimentos de mais de 5 milhões de dólares em compras de terrenos e espaços, inclusive com escritórios de advocacia já presentes neste mundo virtual;
- Ataque ao TJRS em Abril tem impactos no final de 2021 reverberando de maneira negativa a advocacia;
- Alterações no código de ética, permitindo mais publicidade em redes sociais e meios tecnológicos como chatbots, por exemplo;
- Uso cada vez maior de algoritmos, seja em processos seletivos, seja em decisões automatizadas, onde a advocacia pode se beneficiar, entretanto, sem cuidado e gestão adequados, pode ser muito nocivo;
- Mudança no marco civil da internet que censurou (para alguns não!) a liberdade de expressão;
- Uso cada vez maior de imagens e vídeos com técnicas de visual law e legal design;
- Julgamento em Fevereiro de 2021 sobre o direito ao esquecimento, inédito na história do Brasil;
- Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD com multas em vigor e mais de 600 processos distribuídos no Brasil com base nesta legislação;
- Possibilidade de abrir escritórios de advocacia sem ser advogados (fora do Brasil, uma tendência)…
Enfim, muitas emoções.
Perspectivas para 2022
E para 2022, as perspectivas são ainda maiores. Pesquisas internacionais mostram que em 3 anos estaremos entre os 20 maiores problemas mundiais as invasões por ataque hacker.
Neste prisma de foco total em tecnologia, a área jurídica não fica de fora. Temos o processo eletrônico, alvarás eletrônicos, acesso a justiça pelo cidadão até por aplicativos no celular, além de inúmeros serviços que monitoram processos para particulares ou advogados.
Isto é bom?
Sim, numa ideia de controle. De outra banda, temos visto vários estelionatários usando engenharia social (ligações, e-mails entre outros para escritórios ou para clientes pedindo dinheiro para liberar alvarás ou buscando detalhes de processos) para dar golpes.
A regra é direcionamento para tecnologia e ‘desconfiômetro’ ligado o tempo todo. Antes de dar informações, questionar o porquê da informação, para quem estou fornecendo o dado, etc.
2022 será um ano com inúmeros elementos envolvidos, seja por questões políticas, econômicas, sociais, eleições e avanços tecnológicos tecnologia.
O desafio é o equilíbrio de tudo isso com gestão e uso (e não ser usado) pela tecnologia com foco no resultado do negócio jurídico.
Que venha 2022 e tenhamos todos nós o resultado das nossas escolhas na prática!
Boas festas! E um feliz início de 2022!
Um fraterno abraço,
Gustavo Rocha
Coloco o meu endereço de e-mail à disposição dos leitores. Comentários, sugestões etc. serão bem-vindos: gustavo@gustavorocha.com.
*Gustavo Rocha é consultor em Gestão, Tecnologia e Marketing Estratégico. Coordenador do Grupo de Estudos de Gestão de Escritórios e Advocacia da ESA/RS.
Por Gustavo Rocha