Aparentemente, o termo “marketing jurídico” nunca foi tão empregado no contexto dos escritórios de advocacia, especialmente após a entrada em vigor do novo Código de Ética da OAB, mais moderno e permissivo no que diz respeito aos meios digitais.
No entanto, apesar de todo o burburinho, a realidade é que muitos advogados ainda não despertaram para a importância do assunto. Como consequência, eles deixam o marketing para depois e cometem muitos erros ao longo da trajetória.
Com isso em mente, mostraremos ao longo deste artigo alguns dos erros mais cometidos por escritórios de advocacia quando o assunto é o marketing jurídico. Veremos, pela via inversa, como é possível implementar as boas práticas.
Para tanto, só é preciso manter a mente aberta e enxergar as normas éticas não como obstáculos, mas como caminho. Boa leitura!
Estratégias de marketing jurídico: 6 erros que você deve evitar
Veja os erros mais comuns nas estratégias de marketing jurídico que todo escritório deve evitar.
1. Não observar os princípios éticos da área
O marketing é uma ferramenta muito importante para todo e qualquer negócio que queira se estabelecer no mercado. Muito mais do que alcançar novos potenciais clientes, uma boa estratégia de marketing jurídico pode fazer com que a organização seja vista pelo público em geral como uma autoridade dentro do seu campo de especialidade.
Tudo isso aumenta o prestígio e a confiabilidade da marca. Dentro do meio jurídico, esse é um assunto ainda mais delicado, na medida em que o advogado exerce (ainda que por conta própria) uma atividade pública. Justamente por não ser uma atividade comercial, ela é protegida por rigorosos princípios éticos, que devem ser observados atentamente.
2. Não investir em um site
Há vários erros diferentes relacionados a este tópico. Talvez o primeiro deles seja não possuir uma página na internet. Um bom site não tem apenas a função de comunicar os valores e o contato do escritório, mas também a de passar confiança para possíveis clientes e parceiros.
Outro erro bastante comum é criar um site ignorando o fato de que a maior parte dos equipamentos conectados à internet é formada por dispositivos móveis — como celulares e tablets. Portanto, é essencial criar uma versão responsiva do site.
Além disso, o algoritmo do Google favorece os sites que possuem uma versão especial para dispositivos móveis no momento de classificar os resultados do seu mecanismo de busca. Isso significa que, se o escritório criar um site com a chamada “versão mobile”, ele aumenta significativamente as suas chances de ficar bem colocado nas buscas.
3. Não marcar presença nas redes sociais
Há uma história bastante difundida que ilustra bem a importância de ter uma presença marcante na internet. Trata-se do famoso exemplo da goma de mascar. Certa feita, um executivo de uma grande empresa que comercializa doces e balas declarou que o maior concorrente de seus produtos é a tecnologia.
A primeira vista isso pode nos parecer estranho, mas o que ele quis dizer é que, se observarmos as filas em uma loja de departamentos, veremos que a maior parte das pessoas estão olhando para o aparelho e não para as gôndolas em que os produtos ficam expostos.
Mantidas as devidas proporções, o mesmo pode ser dito de um escritório de advocacia. Para sermos vistos, precisamos estar onde as pessoas estão.
4. Não criar personas
Focar a estratégia de marketing jurídico em um público indiscriminado ou tentando alcançar o maior número possível de pessoas também é um grande erro e pode comprometer desnecessariamente os recursos da organização. Procure entender quem é o cliente ideal para o seu escritório, quais são os problemas deles e como você pode ajudá-los.
Se a maior parte dos clientes do escritório é formada por grandes empresas, então provavelmente o seu cliente mais imediato será outro advogado. Agora, se o seu cliente é uma pessoa física, com outro tipo de formação, então a abordagem deve ser outra, não é mesmo?
5. Não investir na imagem
Um dos erros mais graves dentro do meio jurídico é não investir na imagem do escritório, o que inclui um conjunto de ações. Em primeiro lugar, precisamos falar da importância da construção do perfil dos sócios.
Não tenha medo em investir em uma boa fotografia profissional, bem como na redação de um bom texto de apresentação do escritório e dos profissionais que nele trabalham. Essa é uma forma de transformar o contato frio realizado pela internet em uma experiência mais próxima e humana.
Outro erro bastante cometido é utilizar uma conta de e-mail pessoal profissionalmente. Uma conta do Yahoo, do Hotmail ou do Gmail podem ser bastantes úteis em nossa vida pessoal, mas passam uma imagem de falta de estrutura ou de profissionalismo para o cliente.
O ideal é criar um domínio único para a sua organização. Se isso não for possível no momento, uma alternativa é procurar a OAB do seu Estado, já que algumas seccionais oferecem ao advogado a possibilidade de criar uma conta de e-mail sob o domínio da organização.
Cartões de visita amadores ou desatualizados também constituem um erro grave dentro da prática profissional da advocacia. Imagine, por exemplo, receber um cartão profissional em que consta um número de telefone celular com oito dígitos impressos e um “rabiscado” à caneta.
Se o advogado se porta dessa maneira com seus próprios documentos, imagine com as peças jurídicas de seus clientes? Por fim, não poderíamos deixar de falar do modo como o profissional se veste.
Mais do que em outras profissões, o advogado deve ter um cuidado especial com suas vestimentas profissionais. Afinal, a própria lei estabelece os termos em que os profissionais devem estar trajados para praticar atos processuais — como audiências.
6. Não dar a devida importância ao networking
O networking é essencial para construir um relacionamento saudável com clientes, ex-clientes, clientes em potencial e outros colegas de profissão. Isso é importante para termos referências dentro do mercado, tanto no que diz respeito aos clientes quanto em relação a outros advogados.
Além da enorme importância que tem para o marketing jurídico, o networking também é fundamental para nutrir um bom ambiente de trabalho e enxergar outros profissionais não como inimigos, mas como colegas de trabalho — já que as interações dentro do mundo jurídico não são pautadas exclusivamente pelo aspecto da concorrência. Em muitas situações, a cooperação é o nome do jogo!
Em suma, é importante destacar que o mundo mudou e isso é um sinal de que a advocacia deve mudar também. Um dos maiores exemplos disso é justamente a evolução do marketing jurídico: a modalidade alia o que há de melhor e mais moderno com os princípios da ética profissional.
E aí, gostou deste artigo? Então acompanhando nossos conteúdos no Blog Kurier!